Filigrana é um trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal, soldadas de forma a compor um desenho.O metal é geralmente ouro ou prata, mas o bronze e outros metais também são usados. A filigrana foi utilizada na joalharia desde a Antiguidade greco-romana, sendo ainda empregada em grande variedade de objetos decorativos.
Actualmente, as peças de filigrana podem ser encontradas com enorme visibilidade na Região Norte de Portugal, usadas frequentemente no conjunto do vestido de noiva tradicional e, ainda, no traje feminino dos ranchos folclóricos do Minho.
O termo também é utilizado de forma figurada para definir detalhamentos presentes em uma legislação. São chamadas de filigranas aqueles pequenos detalhes de determinada lei, que muitas vezes podem passar despercebidos para a grande maioria de leitores, mas que ao olhar de um experiente jurista podem modificar totalmente a aplicação desta mesma lei ou regulamento.
A filigrana é inteiramente feita à mão e exige dos ourives o mais alto grau de paciência, imaginação e habilidade. Esta arte é uma arte minuciosa e aqueles que a sabem trabalhar, desenvolvem um grande gosto em cada trabalho concluído. O poder criativo e sensibilidade artística destes artífices são inúmeros, tendo sido já usados em áreas muito diferentes da joalharia.
A partir do séc. XVII, a filigrana portuguesa começou a construir um imaginário próprio e moldes muito diferentes de qualquer outra filigrana. A filigrana portuguesa representa maioritariamente a natureza, a religião e o amor.
Coração de viana
Ao contrário do que se poderia pensar, o propósito primeiro do Coração de Viana não foi ser um símbolo de amor, mas sim um símbolo de dedicação e de culto do Sagrado Coração de Jesus. Terá sido a rainha D. Maria I que, grata pela “bênção” de lhe ter sido concedido um filho varão, mandou executar um coração em ouro.